Currently released so far... 4040 / 251,287
Articles
Browse latest releases
Browse by creation date
Browse by origin
Browse by tag
Browse by classification
Community resources
Brazil - Félix : Brasil tem que se acostumar "com sacos de corpos" voltando da guerra
Natalia Viana, 15 de dezembro de 2010, 18.00 GMT
- EUA criticam Plano Nacional de Defesa, mas vêem oportunidade
- De olho nas Olimpíadas, US faz lobby e amplia presença no país
- Brasil rejeitou prisioneiros de Guantánamo
- EUA tentaram usar Saito e Jobim para venda dos caças
- A lista secreta de compras do império
- O presidente e o embaixador
- US lobbies for more security in the 2016 Olympics - and wants to profit
- Dilma Rousseff, na saúde e na doença
- Clinton pediu informações pessoais sobre integrantes do governo
- Nos bastidores, o lobby pelo pré-sal
- Em telegrama, embaixador é favorável à redução de reserva legal
- General says Brazil should get used to "body bags" from war
- Costa Rica também pediu ajuda ao governo americano para espionagem
- Brasil negociou imunidade a militares americanos
- Cablegate : how the US sees the landless movement in Brazil
- EUA queriam que Brasil ajudasse a espionar Chávez
- Embaixada intercedeu pela extradição de mediador das Farc
A frase acima foi proferida pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, para explicar que o Brasil tem que "pagar um preço" se quer ser uma liderança mundial. Segundo o relato do embaixador Clifford Sobel, a conversa se deu em janeiro de 2007, como ele detalhou em um telegrama enviado ao Departamento de Estado às 16:40 do dia 15 de fevereiro de 2007, que será publicado hoje pelo WikiLeaks.
O telegrama secreto descreve um jantar oferecido pelo embaixador a Félix e ao Subchefe-Executivo do GSI, o General-de-Divisão Rubem Peixoto Alexandre. Na pauta, o pedido da diplomacia para que Félix intermediasse um encontro entre a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff e o advogado-geral americano - além da perspectiva do Brasil colaborar com a Otan, aliança militar que inclui países da Europa e os Estados Unidos.
Preço a pagar
"Félix estava relaxado e falando francamente, enquanto Alexandre permaneceu em silêncio durante a maior parte da noite", descreveu Sobel. Ele perguntou sobre os benefícios do Brasil colaborar militarmente com a Otan.
"Felix pareceu circunspecto e disse que os brasileiros devem encarara o fato de que ’um preço deve ser pago’ para obter um papel de liderança global. O Brasil deve estar disposto a modernizar e empregar suas forças em operações internacionais e confrontar a perspectiva de ’sacos de corpos retornando ao Brasil. Félix disse que, tanto pessoalmente quanto como militar, ele acreditava que era chegada a hora do Brasil pagar o preço e assumir a posição de liderança no cenário global", narra o telegrama.
O general diz ainda, segundo o documento, que uma cooperação próxima com a Otan seria vista positivamente pelos militares brasileiros, que compartilham a sua visão.
Venezuela
Durante o jantar o general também voltou a falar do seu desafeto Hugo Chávez. Disse que a o venezuelano tinha pouca influência no Brasil, recebendo sempre críticas negativas da imprensa, e que "enquanto os governos vizinhos forem democratizamente eleitos, o Brasil tentará ser compreensivo quanto às suas idiossincrasias políticas particulares".
Felix, interlocutor frequente da embaixada, já tinha deixado clara suas diferenças com o governo em relação à Venezuela durante um almoço na residência do embaixador em 2005 - mas disse preferir se manter alinhado com a posição oficial.
Ele também reclamou da designação da Região da Tríplice Fronteira como alvo do Hezbollah. Desde 2006 o governo americano menciona possíveis atividades terroristas na tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina em seu relatório anual.